segunda-feira, abril 18

O nascimento do Parapente

“ Os sonhos podem tornar-se realidade, nunca desistas de lutar por eles!! "

Há trinta e três anos, o americano David Barish fez o 1º voo em um parapente, no Monte Hunter (USA).

Barish era um engenheiro aerodinâmico, cuja especialidade era trabalhar em testes com objectos dentro de túneis de vento (equipamento para observação de aerodinâmica, simulador de velocidade). Durante a II Guerra Mundial, Barish foi piloto de testes do exército americano. Após a guerra montou a sua empresa, a "Barish Association" que prestava serviços para NASA e exército americano.

Rogallo, engenheiro que também trabalhou na NASA, desenvolveu e aperfeiçoou a Asa Delta, colocando-a em voo com a finalidade de recuperar cápsulas espaciais. Em 1965, Barish acompanhou Rogallo a um campeonato de pára-quedismo nos Estados Unidos, onde os pára-quedas redondos pareciam o top da performance. Apenas pareciam, pois os pára-quedistas ficaram surpresos ao ver saltar de um avião uma asa retangular de 3 compartimentos, que voava 2,2 de razão de planeio, inaugurando assim o protótipo do pára-quedas retangular que continuou evoluindo: Volplane, Paraplane, Parafol.

Para acertar os comandos do seu protótipo sem a necessidade de um avião, Barish teve a excelente idéia de testá-lo na sua estação de ski favorita, descolando com pára-quedas retangulares de uma montanha. A partir do segundo dia, ele conseguiu adoptar uma técnica de descolagem e fez o 1º vôo de "ladeira de falésia" (em Francês Pente) e "sloope soaring". Assim, o Parapente nasceu no dia 11 de outubro de 1965. Barish não parou por ai, desenvolveu o verdadeiro parapente especialmente para esta pratica em montanhas, uma asa com 5 compartimentos com tecido especial de vela de balão (barcos à vela), "Spinnaker", com 4,2 de razão de planeio. Infelizmente por razão de responsabilidade civil esta peça única de museu foi destruída. Alguns anos mais tarde, apareceram alpinistas (principalmente franceses) descolando de picos de montanhas, mas, o mais alucinante é que desde o início David Barish percebeu como fazer um parapente, usando uma asa flexível retangular o material que usou foi Spinnaker, as linhas mais finas, porém resistentes.

Ele também de uma maneira pioneira percebeu a técnica de descolagem e o potencial económico do desporto. Algum tempo depois, ele ensinou os seus amigos a praticarem o desporto. Com o seu amigo Dan Poynter, jornalista, escreveu o "Manual do Pára-Quedas" nos Estados Unidos. Dan Poynter fez muitas demonstrações com o Sailwing, na estação olímpica de Lake Placid, mas principalmente em 1966, Barish tentou introduzir o voo livre de parapente como actividade de verão nas estações de ski, para rentabilizar os meios mecânicos dos teleféricos, pois nesta estação do ano não há neve, muito menos esquiadores ficando sem utilidade os teleféricos, sendo utilizados então, pelos pilotos de parapente com suas mochilas (equipamentos) para subir a montanha e poder descolar.

Com esta iniciativa John Fry, dono da "Sky Magazine", juntamente com Barish fizeram várias viagens de demonstração em várias estações de ski dos Estados Unidos. Logo após, voltou para as suas actividades científicas na sua empresa, e o parapente deixou de fazer parte de sua vida saindo de existência por algum tempo. Até ele viajar, em 1995 para o famosíssimo festival de Saint Hilare na França, trinta anos após o seu 1º voo em ladeira. As suas palavras foram, as seguintes: "Foi magnífico de ver esta coisa maravilhosa voando em grandes performances, brotando de sementes plantadas há tanto tempo atrás, enquanto, à mim a responsabilidade de engenheiro me afastou dessa idéia, deste sonho. "C’est la vie" (Esta é a vida)."Os sonhos podem tornar-se realidade, nunca desista de lutar por eles!!".

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