sexta-feira, junho 24

O Padre Voador

O padre jesuíta brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi tido como «mágico» por ter «bossa de inventor». A ele são atribuídas diversas invenções, e lama seca, um moinho de açúcar avançadíssimo para a época, uma bomba de elevar água e um projecto sobre «os vários modos de esgotar sem gente as naus que fazem água», que foi oferecido ao rei D. João V. Mas o que colocou mesmo o nome de Bartolomeu de Gusmão na História foi a «Passarola», um aeróstato, espécie de balão, que teria alçado voo a quatro metros de altura e percorrido um percurso do castelo de São Jorge até o Terreiro do Paço, em 1709. Deste feito, o jesuíta escreveu uma memória «Descrição do novo invento aerostático ou máquina volante, do método para produzir o gás ou vapor com que esta se enche». Dizia também que serviria «para andar pelo ar da mesma sorte que pela terra ou pelo mar com muito mais brevidade».Bartolomeu de Gusmão (Santos, 1685 - Toledo, 1724) foi, assim, o primeiro, em toda a história da aeronáutica, a construir um balão que subiu livremente na atmosfera, mas, ameaçado pela Inquisição e por ter caído no «desagrado» de D. João V, por criticar seu comportamento com a real amante, freira Madre Paula, teve de interromper suas pesquisas. O balão a ar quente acabou reinventado pelos irmãos Montgolfier em 15 de novembro de 1782.

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